segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Atividades para aulas de informática - Ensino Fundamental I

Atividades para o 1º ano -  para serem realizadas no Paint.
 (Para abrir as atividades: após salvá-las, clicar com o botão direito do mouse sobre elas e em : ABRIR COM... PAINT)


















ProInfo - Documento oficial


Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos


Dispõe sobre o Programa Nacional de Tecnologia Educacional -ProInfo.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.172, de 9 de janeiro de 2001,
DECRETA:
Art. 1o  O Programa Nacional de Tecnologia Educacional - ProInfo, executado no âmbito do Ministério da Educação, promoverá o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas redes públicas de educação básica.
Parágrafo único.  São objetivos do ProInfo:
I - promover o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas escolas de educação básica das redes públicas de ensino urbanas e rurais;
II - fomentar a melhoria do processo de ensino e aprendizagem com o uso das tecnologias de informação e comunicação;
III - promover a capacitação dos agentes educacionais envolvidos nas ações do Programa;
IV - contribuir com a inclusão digital por meio da ampliação do acesso a computadores, da conexão à rede mundial de computadores e de outras tecnologias digitais, beneficiando a comunidade escolar e a população próxima às escolas;
V - contribuir para a preparação dos jovens e adultos para o mercado de trabalho por meio do uso das tecnologias de informação e comunicação; e
VI - fomentar a produção nacional de conteúdos digitais educacionais.
Art. 2o  O ProInfo cumprirá suas finalidades e objetivos em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, mediante adesão.
Art. 3o  O Ministério da Educação é responsável por:
I - implantar ambientes tecnológicos equipados com computadores e recursos digitais nas escolas beneficiadas;
II - promover, em parceria com os Estados, Distrito Federal e Municípios, programa de capacitação para os agentes educacionais envolvidos e de conexão dos ambientes tecnológicos à rede mundial de computadores; e
III - disponibilizar conteúdos educacionais, soluções e sistemas de informações.
Art. 4o  Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que aderirem ao  ProInfo são responsáveis por:
I - prover a infra-estrutura necessária para o adequado funcionamento dos ambientes tecnológicos do Programa;
II - viabilizar e incentivar a capacitação de professores e outros agentes educacionais para utilização pedagógica das tecnologias da informação e comunicação;
III - assegurar recursos humanos e condições necessárias ao trabalho de equipes de apoio para o desenvolvimento e acompanhamento das ações de capacitação nas escolas;
IV - assegurar suporte técnico e manutenção dos equipamentos do ambiente tecnológico do Programa, findo o prazo de garantia da empresa fornecedora contratada.
Parágrafo único.  As redes de ensino deverão contemplar o uso das tecnologias de informação e comunicação nos projetos político-pedagógico das escolas beneficiadas para participarem do ProInfo.
Art. 5o  As despesas do ProInfo correrão à conta das dotações orçamentárias anualmente consignadas ao Ministério da Educação e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, devendo o Poder Executivo compatibilizar a seleção de cursos e programas com as dotações orçamentárias existentes, observados os limites de movimentação e empenho e de pagamento da programação orçamentária e financeira definidos pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Art. 6o  O Ministério da Educação coordenará a implantação dos ambientes tecnológicos, acompanhará e avaliará o ProInfo.
Art. 7o  Ato do Ministro de Estado da Educação fixará as regras operacionais e adotará as demais providências necessárias à execução do ProInfo.
Art. 8o  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 12 de dezembro de 2007; 186o da Independência e 119o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad



Disponível em:
Acessado em: 05 de julho de 2008 às 17:00h

Programa Nacional de Informática Educativa

Com base no EDUCOM e em todos os projetos decorrentes e apoiados por ele, O MEC juntamente com o governo federal lançou, em 1989, PRONINFE (Programa Nacional de Informática Educativa), que teve seu Regimento Interno aprovado em março de 1990, este programa possuía um modelo funcional e geograficamente descentralizado, funcionando através de centros de informática na educação espalhados por todo o país, com objetivo de desenvolver a informática educativa no Brasil, através de projetos e atividades apoiados em fundamentação pedagógica sólida e atualizada, assegurando a unidade política, técnica científica. Esses centros divulgavam e analisavam projetos educacionais, seus objetivos e resultados.
Outras ações prioritárias que destacavam-se, eram as atividades voltadas para capacitação de professores e técnicos dos diferentes sistemas de ensino, desenvolvimento de pesquisa sobre a utilização da informática na educação, aquisição de equipamentos computacionais por parte dos sistemas de educação pública e a produção, adaptação e avaliação de softwares educativos.
A inclusão das ações do PRONINFE foi importante para viabilização de financiamentos de diferentes tipos de bolsas de estudos e outros benefícios. A área de Informática Educativa passou então a ser um dos destaques do Programa de Capacitação de Recursos Humanos em áreas Estratégicas (RHAE), do Ministério de Ciência e Tecnologia.
Em seu documento referencial, o PRONINFE fundamentava-se na necessidade de intensa colaboração entre as três esferas do poder público, onde os investimentos federais seriam canalizados com prioridade para a criação de infra-estrutura de suporte em instituições federais, estaduais e municipais de educação, para a capacitação de recursos humanos e busca de autonomia científica e tecnológica para o setor.
Em 1990, o Ministério da Educação aprovou o 1º Plano de Ação Integrada (PLANINFE), para o período de 1991 a 1993, com objetivos, metas e atividades, associados a um horizonte temporal de maior alcance. Neste plano, assim como no PRONINFE, destacava a necessidade de um forte programa de formação de professores, acreditando que as mudanças só ocorreriam se estiverem amparadas, por um intensivo e competente programa de capacitação de recursos humanos, envolvendo universidades, secretarias, escolas técnicas e empresas como o SENAI e SENAC.
A partir de 1992, em função de uma firme determinação do Ministro da Educação, foi criada uma rubrica orçamentária específica no Orçamento da União, para o financiamento das atividades do setor. Esta foi uma luta batalhada por mais de cinco anos pela coordenação do Programa, que acreditava em sua importância para a consolidação das atividades planejadas na área, para que não ficasse à mercê de possíveis injunções políticas, como de fato ocorreram.
Não há informações claras em artigos ou livros sobre a extinção do PRONINFE,  entretanto, que o que pode ter ocorrido foi a incorporação de outros projetos que acabaram modificando sua estrutura inicial. Fazendo com que o PRONINFE desse lugar  ao PROINFO (Programa Nacional de Informática na Educação), lançado em abril de 1997, quase dez anos depois do PRONINFE.

Diretrizes para a Política de Informática no Setor de Educação

Como meio de propor a orientação básica da política de utilização das tecnologias da informação no processo de ensino-aprendizagem, em janeiro de 1983, a SEI criou a Comissão Especial de Informática na Educação, observando os objetivos e as diretrizes do Plano Setorial de Educação, Cultura e Desporto, da Política Nacional de Informática, além de apoiar a implantação de centros-piloto, funções estas ligadas ao setor educacional.
Em março deste mesmo ano, a Secretaria-Executiva da referida Comissão, apresentava o documento Projeto EDUCOM, documento referencial que consolidou os diferentes fatos que caracterizaram a cultura de informática educativa existente no país, consolidando uma proposta interdisciplinar voltada para implantação experimental de centros-piloto como infra-estruturas relevantes para o desenvolvimento de pesquisas, tendo como objetivo, a capacitação nacional e coleta de subsídios para uma futura política setorial.
 Após a aprovação do projeto EDUCOM, a SEI divulgou o Comunicado SEI/SS nº15/83, informando o interesse governamental na implantação de centros-piloto em universidades interessadas no desenvolvimento dessas pesquisas, mediante ações integradas com escolas públicas, estabelecendo critérios e formas de operacionalização do projeto.
Como a partir de 1982 o MEC assumiu o compromisso para a criação de instrumentos e mecanismos necessários para o desenvolvimento de estudos, colocando-se à disposição para implementação de projetos que permitissem o desenvolvimento das primeiras investigações na área de informática, foram elaboradas as primeiras diretrizes ministeriais para o setor, estabelecidas no III Plano Setorial de Educação e Cultura, que foram publicadas o ano de 1983. Essas diretrizes apontavam e davam o devido incentivo ao uso das tecnologias educacionais e dos sistemas de computação, enfatizando as possibilidades desses recursos colaborarem para a melhoria da qualidade do processo educacional.
            No ano de 1982 também foi criado, o Centro de Informática do MEC (CENIFOR), subordinado à Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa - FUNTEVÊ, hoje Fundação Roquette Pinto, cujas atribuições regimentais foram posteriormente reformuladas em março de 84.
Coube ao CENIFOR a responsabilidade pela implementação, coordenação e supervisão técnica do Projeto EDUCOM, cujo suporte financeiro e delegação de competência foram definidos em Protocolo de Intenções assinado entre MEC, SEI, CNPq, FINEP e FUNTEVÊ, em julho de 1984.
            Em março de 1985, com a finalização do governo militar, profundas alterações funcionais ocorreram na administração federal com conseqüentes mudanças de orientação política e administrativa. Nessa época, a nova administração da FUNTEVÊ/MEC iniciou a operação desmonte do CENIFOR, alegando o seu desinteresse na pesquisa, levando os centros-piloto do Projeto EDUCOM a uma situação financeira difícil e insustentável.
Neste momento começou o descumprimento da sustentação financeira do projeto por parte do próprio MEC, iniciando um processo de disputa interna de órgãos que pretendiam assumir a coordenação do setor. Lamentavelmente, desde o início do EDUCOM, a questão do suporte financeiro transformou-se no maior problema, prejudicando nos mais diferentes momentos a continuidade do projeto.
   A educação sofreu e sofre muitos desafios e problemas, seja por causa das estruturas das escolas, das dificuldades dos alunos ou das verbas que nem sempre são suficientes ou bem administradas. (SCHWARTZMAN e BROCK, 2005).
Apesar dos transtornos e tentativas de obstrução da pesquisa, o Projeto EDUCOM cumpriu o seu papel. Se não foi feito mais, foi porque os órgãos governamentais deixaram de cumprir com suas obrigações financeiras, apesar dos protocolos firmados e do interesse e iniciativa de implantação do projeto ter partido do próprio Governo Federal.
Em fevereiro de 1986, após a criação do Comitê Assessor de Informática na Educação (CAIE/MEC), presidido pelo secretário-geral do MEC, iniciou-se uma nova fase, em abril, o Comitê recomendou a aprovação do Programa de Ação Imediata em Informática na Educação, objetivando a criação de uma infra-estrutura de suporte junto às secretarias estaduais de educação, a capacitação de professores, o incentivo à produção descentralizada de software educativo, e a integração de pesquisas que vinham sendo desenvolvidas pelas diversas universidades brasileiras.
O Programa de Ação Imediata, apresentou um elenco de projetos voltados para o atendimento às funções básicas referentes ao uso e aplicação da tecnologia, além do atendimento às funções de apoio relativas à disseminação e divulgação da tecnologia de informática educativa. Como importante estratégia de ação, propunha a convergência de esforços do setor educacional em busca de autonomia tecnológica no país e capacitação nacional para que a sociedade brasileira fosse capaz de assumir o comando do seu próprio processo de informatização, colaborando para o pleno desenvolvimento do país.
Uma das primeiras ações decorrentes do lançamento desse Programa, em 1986, foi recomendar a avaliação do Projeto EDUCOM, que foi realizada por uma comissão de especialistas de alto nível. Ao final do relatório, a comissão solicitava a manutenção e o revigoramento do apoio técnico e financeiro aos centros-piloto, maior intercâmbio entre os pesquisadores e que as atividades de pesquisa fossem a característica principal desses centros, na busca de conhecimentos seguros que subsidiassem futuras decisões políticas e possibilitassem condições de respostas na antecipação de problemas e no reconhecimento de seus limites.
Em maio de 1987, a Secretaria de Informática do MEC assumiu a responsabilidade de condução das ações de informática na educação e, consequentemente, a coordenação e supervisão técnica do Projeto EDUCOM. Em julho, após um período de total ausência de financiamento, foram transferidos recursos para as entidades gestoras dos centros-piloto depois de um longo período de carência.
A implementação do Programa ocorreu, mediante a alocação de novos recursos para a pesquisa, o lançamento do 1º Concurso Nacional de Software Educativo e a implementação do Projeto FORMAR, através de dois cursos de especialização em informática na educação, em nível de pós-graduação lato sensu, realizados na UNICAMP, em 1987 e 1989, dedicados aos professores das diversas secretarias estaduais de educação e das escolas técnicas federais.
A partir desse novo período, vislumbrou-se a possibilidade de acelerar o desenvolvimento do setor, aproveitando o apoio e interesse do então secretário-geral do Ministério. Desta forma, iniciou-se um novo período de consultas à comunidade, motivado pela necessidade de elaborar um plano para a área. Isto deu ensejo à realização da Jornada de Trabalho de Informática na Educação, em Florianópolis, em novembro de 1987, que contou com a participação de profissionais envolvidos com a pesquisa e produção na área e profissionais de escolas e empresas que atuavam no setor. Como resultado desse encontro foi produzido um documento com recomendações para formulação da política trienal para o setor, posteriormente submetida à aprovação do Comitê Assessor do MEC.
No período de 1988 e 1989, dezessete CIEd foram implantados em diferentes estados da Federação. Cada CIEd além de coordenar a implantação de outras unidades, também cuidava da formação de recursos humanos para a implementação das atividades no âmbito estadual. Esses centros se transformaram em ambientes de aprendizagem informatizados integrados por grupos interdisciplinares de educadores, técnicos e especialistas, que tinham como suporte, programas computacionais direcionados a aplicação da informática na educação. Tinham como propósito, atender a alunos e professores de 1º e 2º graus e de educação especial, além de possibilitar o atendimento à comunidade em geral.
Os CIEd constituíram-se em centros irradiadores e multiplicadores da informática para as escolas públicas brasileiras, foram os principais responsáveis pela preparação de uma significativa parcela da sociedade brasileira rumo a uma sociedade informatizada.
Ao final de 1988, a OEA (Organização dos Estados Americanos), através de seu Departamento de Assuntos Educativos, reconhecendo o esforço brasileiro nesta área, convidou o Ministério da Educação a apresentar um projeto de cooperação multinacional envolvendo outros países latino-americanos. Iniciava-se, então, a primeira cooperação técnica internacional com o México, financiada pela OEA, para avaliação do projeto de informática educativa na área de educação básica: Projeto COEEBA.
Uma das primeiras ações de cooperação internacional proposta pelo Brasil foi a realização de uma Jornada de Trabalho Luso Latino-Americana de Informática na Educação, realizada em Petrópolis, em maio de 1989, para identificação de possíveis áreas de interesse comum relacionadas à pesquisa e formação de recursos humanos.
Essa jornada adotou como princípios norteadores do trabalho a participação, integração, solidariedade e adequação das propostas às realidades de cada país, bem como o respeito à diversidade cultural, como requisitos fundamentais de qualquer iniciativa de cooperação na área. Estiveram presentes representantes de 15 países, incluindo Portugal e países africanos.
As recomendações obtidas foram identificadas em documento próprio e serviram de base à elaboração de um projeto multinacional de Informática Aplicada à Educação Básica, envolvendo oito países americanos sendo apresentado à OEA em 1989, em Washington, e aprovado no período de 1990 a 1995. O projeto ficou paralisado após 1992, em razão da falta de pagamento da quota anual brasileira, impossibilitando assim, a realização das atividades previstas e acordadas com os demais países, prejudicando a liderança latino-americana conquistada pelo Brasil, o que foi muito lamentado pelos países integrantes do Acordo de Cooperação Técnica firmado.
Diante de tantos fatos ocorridos no processo de implantação da informática na escola, podemos entender que as dificuldades de sua implantação na escola, não é tão recente, há vinte anos atrás, quando o uso dos computadores não eram tão acessíveis quanto é hoje, já se pensava e previa a sua disseminação e importância para a vida do aluno dentro da escola e na sociedade. Vimos que a luta pela conscientização e apoio à sua utilização na escola vem de décadas passadas, e que as dificuldades enfrentadas, são praticamente as mesmas que impedem a utilização do computador por todas as escolas nos dias de hoje, ou seja, dificuldades como a falta de qualificação dos profissionais da área e falta de verbas destinados a uma estruturação de qualidade de laboratórios de informática no espaço escolar.
Exemplo disto são a maioria das escolas públicas do Brasil, que possuem no laboratório de informática (quando possuem), disponibilizando um ou  dois computadores para  uso dos alunos, que nem sempre sabem que existe na escola um laboratório.
Podemos dizer também, que o fracasso da implantação da informática vem dos projetos que não foram cumpridos conforme deveriam ter sido, devido a falta de comprometimento nas pesquisas realizadas e conscientização da importância das novas tecnologias por parte de toda a sociedade e dos principais responsáveis pela educação.
Infelizmente ainda caminhamos lentamente rumo a esta implantação, mas, em meio as dificuldades encontradas, é motivador saber que nem todos desistiram de pensar e investir na tecnologia, criando programas de incentivo à qualificação profissional, aceitação pedagógica  e investimento na área de informática,

Cursos de capacitação de professores na área de informática educativa

O primeiro curso de capacitação de professores na área de informática educativa, foi feito através do Projeto FORMAR, na UNICAMP. Os professores que participaram deste curso tiveram como compromisso principal projetar e implantar, um Centro de Informática Educativa (CIEd), junto à secretaria de educação que o havia indicado, mediante apoio técnico e financeiro do Ministério da Educação (MEC) que, por sua vez, não pretendia se comprometer impondo mecanismos e procedimentos, apenas oferecendo o devido respaldo técnico-financeiro necessário à consecução dos objetivos colimados. Diante da falta de comprometimento do MEC em relação aos conteúdos do curso, coube a cada secretaria de educação definir os rumos de sua proposta de acordo com a capacidade de sua equipe. Portanto, ao Ministério da Educação, competiu apenas o repasse dos recursos e equipamentos necessários, de acordo com as especificações propostas pelo Comitê Assessor do MEC.
            O FORMAR teve como objetivo principal o desenvolvimento de cursos de especialização na área de informática na educação, sendo dividido em duas fases. O primeiro curso foi realizado durante os meses de junho a agosto de 1987 e ministrado por pesquisadores, ficou conhecido como Curso FORMAR I. No início de 1989 foi realizado o segundo curso, o FORMAR II, que também foi realizado na UNICAMP.
 A estrutura dos dois cursos foi muito semelhante, apesar dos objetivos específicos serem um tanto diferentes (Valente 1993).
Em cada um dos cursos participaram 50 professores vindos de quase todos os estados do Brasil. Naquele momento, não existia no Brasil um centro que dispusesse de computadores em número suficiente para atender a 25 professores simultaneamente, por isto todos tiveram que se deslocar para Campinas, e mesmo assim, para que fosse possível atender a 25 professores simultaneamente, foi necessário contar com a colaboração de algumas fábricas de computadores. Assim, os alunos foram divididos em duas turmas de modo que enquanto uma turma assistia aula teórica a outra turma realizava aula prática usando o computador de forma individual.
 Esses cursos tiveram duração de 360 horas, distribuídas em 45 dias com 8 horas de atividades diárias. Os cursos eram constituídos de aulas teóricas, práticas, seminários e conferências.
A importância desses cursos, podemos ver ainda atualmente, pois hoje, a maioria dos profissionais que desenvolvem atividades na área de informática na educação, são frutos do projeto FORMAR, foram nestes cursos que profissionais que nunca tinham tido contato com o computador, se prepararam para utilizá-lo. Esses profissionais, em grande parte, são os responsáveis pela disseminação e a formação de novos profissionais na área de informática na educação.
 O curso também propiciou uma visão ampla sobre os diferentes aspectos envolvidos na informática na educação, não levando em consideração somente o ponto de vista computacional como também o pedagógico.
 O fato de o curso ter sido ministrado por especialistas da área de praticamente todos os centros do Brasil, propiciou o conhecimento dos múltiplos e variados tipos de pesquisa e de trabalho que estavam sendo realizados em relação a informática na educação.
    Segundo Oliveira (1997),
  Os professores - alunos do projeto FORMAR não só deveriam dominar as ferramentas (software e hardware) como também analisar criticamente a contribuição da informática no processo de ensino-aprendizagem e reestruturar sua metodologia de ensino.


 Assim, procurava-se formar professores críticos e responsáveis, capazes de relacionar aprendizado e tecnologia, para desenvolverem suas aulas.
O curso foi bastante compacto, tendo a duração de dois meses, com isso tentou-se minimizar o custo de manutenção do profissional no curso e o tempo que ele deveria se afastar do trabalho e da família, porém devido ao pouco tempo, deixou de oferecer o espaço e o tempo necessários para que os participantes assimilassem os diferentes conteúdos e praticassem com alunos as novas idéias oferecidas pelo curso, fazendo com que muitos desses participantes voltassem para o seu local de trabalho e não encontrassem as condições necessárias para a implantação da informática na educação.
Isso aconteceu tanto por falta de recursos, quanto por falta de interesse por parte da estrutura educacional. O que ainda hoje acontece em algumas escolas. Por outro lado, é impossível imaginar que os professores, somente com os conhecimentos adquiridos, fossem capazes de enfrentar situações difíceis e de implantar as mudanças educacionais almejadas. Como se não bastassem tais dificuldades outros aspectos do Projeto FORMAR, como conteúdo e metodologia, passaram a ser usados como base para outros cursos de formação na área de informática na educação. O material gerado pelo curso e as experiências acumuladas têm sido usadas na implantação de praticamente todos os cursos nessa área, o que gera a preocupação de se continuar a fazer uma formação descontextualizada da realidade do professor, como aconteceu no Formar e isso não faz mais sentido quando se têm computadores em praticamente todos os centros de educação no país. Estas experiências de implantação da informática na escola nos mostram que a formação de professores é fundamental e exige uma abordagem totalmente diferente, sendo muito mais do que prover ao professor um conhecimento sobre metodologias de como usar o computador na sua respectiva disciplina. Os assuntos desenvolvidos durante o curso devem ser escolhidos de acordo com o currículo e a abordagem pedagógica adotadas pela escola.
É o contexto da escola, a prática dos professores e a presença dos seus alunos que determinam o que vai ser trabalhado pelo professor do curso. O curso de formação deixa de ser uma simples oportunidade de passagem de informação para ser a vivência de uma experiência que contextualiza o conhecimento que o professor constrói.
Diante das novas possibilidades que os computadores oferecem como multimídia, comunicação via rede e a grande quantidade de softwares disponíveis no mercado, faz-se necessário que essa formação seja mais profunda, para que assim, o professor possa entender e optar entre as inúmeras possibilidades que este pode trabalhar na sala de aula com o computador, é preciso uma formação contínua que busque cada vez mais informações sobre os lançamentos para a informática na educação, aplicando novas metodologias de ensino para as disciplinas escolares.
A informática deve ser levada a sério por todos, principalmente pelos educadores, e não ser vista como uma tecnologia para o futuro, mas sim como uma tecnologia atual, que cada dia mais está presente na vida de todos, o que gera a necessidade de se ter pessoas especializadas no assunto.
O ensino da Informática carece de uma metodologia específica, pois não existe uma metodologia para o ensino da informática na escola e normalmente os docentes ensinam os seus alunos da mesma forma como aprenderam, de um jeito formal, desconhecendo a questão do planejamento de ensino, o que dificulta muito o trabalho. Como numa sala de aula, deve existir nas aulas de informática, um programa a se cumprir, se o docente não tiver um mínimo de planejamento, não conseguirá cumprí-lo com êxito.

A importância da formação de professores em informática na educação

O computador deixou de ser apenas um instrumento de trabalho usado somente nas grandes empresas, para ser utilizado em todos os lugares, inclusive nas casas de nossos alunos, hoje com as facilidades de pagamento oferecidas pelas lojas de computadores, o acesso a esta tecnologia ficou mais fácil e cada vez mais chegam nas escolas, alunos que já utilizam o computador no seu dia a dia; porém nem sempre estes sabem utilizar o computador para se desenvolverem e ampliarem seus conhecimentos,
A informática cada vez mais está sendo inserida também no ambiente escolar, deixando de ser utilizada apenas pela administração escolar, para ser uma ferramenta de ensino utilizada pelos professores no processo de ensino-aprendizagem dos alunos; cabe então a escola, mostrar aos alunos, a diversidade de recursos que podem ser utilizados de forma a ajudar no desenvolvimento do aluno.  Para isso, é de extrema importância que a escola se preocupe em ter profissionais qualificados para utilizarem esta ferramenta no processo de aprendizagem dos alunos, preparando-os tanto para desenvolver melhor as atividades escolares, quanto para utilizá-lo na sua vida fora da escola.
É preciso que estes estejam atualizados e capacitados para adequarem a informática às disciplinas pedagógicas e informados sobre os conhecimentos prévios que alunos que já usam o computador trazem, e também sobre meios de incluir os que ainda não o utilizam.  Mas será que na escola há professores preparados para utilizarem esta ferramenta de forma pedagógica?
Nos dias de hoje, há uma grande procura por cursos de informática, por parte de crianças e jovens na fase escolar, cada vez mais o publico dos cursos de informática ficam mais variados, antigamente estes cursos eram procurados apenas por adultos a fim de terem uma qualificação extracurricular que pudesse lhes ajudar na escolha por um emprego melhor, acreditando que o conhecimento em informática fosse um diferencial no seu currículo, percebemos que mesmo com o passar dos anos, esta realidade não mudou, ainda nos dias de hoje, as pessoas pensam assim e em algumas empresas, o conhecimento na área da informática pode fazer a diferença na escolha de seus funcionários. Mas, além do emprego, a informática tomou conta de vários setores da sociedade, podemos fazer compras pela internet, pagar contas, mandar mensagens instantâneas para pessoas do mundo todo, acessar a contas bancárias, fazer cursos e até mesmo fazer uma faculdade, pesquisar fatos antigos e recentes de forma rápida e diversificada, tudo sem precisar sair de casa.
Com o computador não há mais distância nem limites para quem quer aprender, por isso, o ensino da informática na escola, deixa de ser um luxo para ser uma matéria que prepare os alunos não só para as tarefas escolares, mas também para a familiarização de uma realidade que encontrarão na sociedade.
Diante de tantas utilidades que o computador tem, a necessidade de se começar seu uso se inicia na escola, porém nem todas as escolas oferecem a seus alunos aulas de informática, as principais causas da ausência desta aula são a falta de equipamentos e também a falta de profissionais capacitados. Quando há aulas de informática na escola, estas são utilizadas como o momento da diversão, onde os alunos utilizam a tecnologia apenas para se divertirem em jogos virtuais, tendo um “professor” que atua no laboratório como “espectador desta diversão”, não oferecendo nada mais do que joguinhos, muita das vezes o professor de informática é um professor ou estagiário que sabe usar o computador no seu cotidiano um pouco mais que os outros, o que não quer dizer que este tenha capacitação para atuar na informática aplicada a educação, que é o grande desafio atual.
A informática pode oferecer muito mais do que jogos, pode fazer com que o aluno se divirta tendo prazer em aprender coisas novas. Infelizmente, as aulas onde os alunos só utilizam softwares específicos, acontece quase sempre por falta de um planejamento de conteúdos e qualificação do profissional que atua no laboratório, ninguém pode dar algo que não tenha recebido; em alguns casos a coordenação responsável pelo planejamento dos conteúdos pedagógicos da escola, é tão leiga quanto o professor do laboratório de informática, o que faz com que não haja cobrança nem avaliação na qualidade das aulas.
Diante disto, percebemos a necessidade de preparar os profissionais em informática antes de começar a utilizá-la com os alunos. É necessário que na escola tenha a preocupação em incentivar seus professores a ser qualificarem e buscarem informações de como fazer para que a informática seja inserida na escola por meio de projetos pedagógicos interdisciplinares, fazendo com que os conhecimentos de informática sejam passadas para os discentes de forma natural e significativa, relacionando com os conteúdos vistos em sala de aula, de modo que tenha utilidade para o aluno na escola e na sociedade.
Alguns professores não se interessam em aprofundar seus conhecimentos de informática no campo educacional, procuram cursos de informática apenas para se “virarem” na sua vida pessoal, sem se preocupar no que podem tirar de proveito para sua prática pedagógica. Outros, nem mesmo procuram tais cursos por terem medo de não se adaptar e conseguir acompanhar a tecnologia.
Devido à diversidade do público que procura estes cursos de informática, seus conteúdos são apenas para conhecimentos técnicos, não enfatizando o uso do computador em área alguma; Refletindo sobre a qualificação profissional na escola, não basta que o professor faça apenas um curso de informática básico, é preciso que este tenha uma formação mais ampla sobre meios de aplicar a informática na educação, porém pouco se houve falar em  cursos de informática especializados para professores, o que faz com que a implantação da informática na escola seja cada vez mais um processo difícil de ser adaptado e aceito na realidade escolar. Porém nem tudo está perdido, mesmo em meio às dificuldades de implantação, hoje já existem programas que se preocupam e se dedicam para que os professores tenham uma qualificação melhor na área.

Metodologia e Tecnologia

A informática na educação deve se integrar ao currículo escolar como uma ferramenta multidisciplinar, sendo mais um recurso para que o professor realize o seu trabalho de forma mais dinâmica e didática, desenvolvendo atividades que propiciem maior reflexão dos alunos e realizando uma interação multidisciplinar.
 Utilizando a informática a serviço de projetos educacionais, propiciamos aos alunos as condições de trabalharem a partir de temas ou atividades sugeridos em sala de aula, onde com os recursos tecnológicos poderão ampliar seu conhecimento e fixar melhor os conteúdos aprendidos. O computador servirá como instrumento para que o aluno se sinta motivado a pesquisar mais sobre os assuntos da sala de aula, seja por meio da internet, enciclopédias virtuais, vídeos, jogos, softwares específicos, enfim todos os recursos de aprendizagem que a informática  oferece de um modo mais atraente, se utilizando de recursos sonoros, visuais e interativos.
Os temas que são abordados em sala de aula devem ser levados para as aulas de informática, onde poderão ser trabalhados de diversas formas, por meio de projetos, pesquisas, apresentações, etc.
Uma aula bem ilustrada e explorada posteriormente ficará muito mais interessante motivando o aluno a aprender, assim o aprendizado será muito mais eficaz, pois o aluno ao se sentir motivado em aprender, guardará seus conhecimentos para a vida toda e seu aprendizado será muito mais significativo, pois quando se tem vontade e estímulos para aprender, o aprendizado é construído de forma natural.
Atualmente a prática pedagógica precisa ter como primícia a necessidade de uma reformulação pedagógica que priorize uma prática formadora para o desenvolvimento onde a escola deixe de ser vista como uma obrigação a ser cumprida pelo aluno, e se torne uma fonte de efetivação de seu conhecimento intelectual, motivando-o a participar do processo de desenvolvimento social, não como mero receptor de informações, mas como idealizador de práticas que favoreçam esse processo.
O professor nesse contexto deve ter em mente a necessidade de se colocar em uma postura norteadora do processo ensino-aprendizagem, levando em consideração que sua prática pedagógica em sala de aula tem papel fundamental no desenvolvimento de seu aluno. Sobre essa prática, GADOTTI (2000:9) afirma que,
 “o educador é um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito da sua própria formação. Ele precisa construir conhecimento a partir do que faz e, para isso, também precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz e apontar novos sentidos para o que fazer dos seus alunos”.
Assim faz-se necessário à busca de uma nova reflexão no processo educativo, onde o agente escolar passe a vivenciar transformações de forma a beneficiar suas ações podendo buscar novas formas didáticas e metodológicas de promoção do processo ensino-aprendizagem com seus alunos, sem ser colocado como expectador dos avanços estruturais de nossa sociedade, mas sim, como um instrumento motivador desse processo. Portanto, o professor é mediador do aprendizado do aluno, ele é o responsável por despertar no aluno o interesse por conhecer; para que esta mediação tenha qualidade é preciso que este educador busque uma formação continuada e esteja aberto as mudanças tecnológicas que ocorrem constantemente na educação e no mundo.
A tecnologia não deve ser utilizada só fora da escola, ela deve estar integrada no processo educativo assim como os temas sociais, pois esta faz parte do contexto social em que os alunos estão inseridos. A tecnologia não deve ser inserida na educação derrubando conceitos e metodologias, mas sim formando novos conceitos e metodologias de desenvolvimento da aprendizagem e comunicação.
Seria um desperdício de informações, limitar os alunos a trabalharem somente com livros tradicionais e revistas para ampliarem seus conhecimentos, sendo que este pode utilizar recursos como vídeos, apresentações, blogs, jornais interativos, fóruns de discussões, pesquisas que os aproximam de qualquer conteúdo dado em sala de aula de forma ilustrada e atualizada. Por exemplo,  ele pode aprender numa linguagem atual, que disponha de recursos audiovisuais dinâmicos, qualquer fato histórico que no livro didático se limita em grandes textos e uma ou duas ilustrações em  preto e branco que muita das vezes o aluno nem consegue interpretar.
Programas de processamento de texto, planilhas, construção e transformação de gráficos, apresentações, são aplicativos básicos extremamente úteis tanto ao aluno quanto ao professor na organização e desenvolvimento de suas tarefas. Talvez estas ferramentas constituam uma das maiores fontes de mudança do ensino e do processo de manipular informação. Portanto a tecnologia vem trazer aos educadores novas formas de realizar suas metodologias de ensino.